quarta-feira, 3 de março de 2010

Este Mundo está Caótico

Pobreza e a Religião

Entre alguns grupos, nomeadamente os religiosos, a pobreza é considerada como necessária e desejável, e deve ser aceite para alcançar um certo nível espiritual, moral ou intelectual.
A pobreza é considerada como um elemento essencial de renúncia por budistas e jainistas enquanto que para o catolicismo romano é um princípio evangélico e é assumido como um voto por várias ordens religiosas.
A pobreza é entendida de várias formas consoante as ordens; a ordem franciscana, nomeadamente abandona tradicionalmente todas as formas de posse de bens. O mesmo defende a Regra de São Bento. Contudo alguns mosteiros possuíam bens e alguns tornaram-se bastante abastados. Estas opiniões face à riqueza e à pobreza baseiam-se na doutrina de Jesus que considerava as riquezas como um dos obstáculos à fé e ao comportamento moral e a pobreza voluntária é normalmente entendida como um benefício para o indivíduo, uma forma de auto-disciplina através do qual as pessoas se aproximam de Deus.
Quanto à ajuda aos necessitados, esta faz normalmente parte das doutrinas religiosas. No Islão a caridade é um dos Cinco Pilares e no Cristianismo, no seguimento da doutrina de Jesus de auxílio e de emancipação dos pobres, foram desenvolvidas vastas estruturas e organizações de caridade, entre elas as missões nos países pobres, e as igrejas incentivam as pessoas a praticar a caridade quotidianamente.



A Pobreza e o Ambiente do Nosso Mundo

Com a evolução crescente dos meios tecnológicos, da capacidade de produção e da necessidade do Homem de, cada vez mais, industrializar o mundo, o ambiente tem sofrido, de forma mais drástica desde a Primeira Revolução Industrial, graves atentados que podem ser mesmo o início do fim da vida natural da terra, tal como a conhecemos.
A saga de destruição da natureza levanta problemas como a perda de biodiversidade, a poluição, a desflorestação massiva, o aquecimento global, as chuvas ácidas, a extinção de espécies, o efeito de estufa, a camada de ozono e as alterações climáticas.
Também a pobreza é um problema preocupante à escala mundial. Em cada 3.5 segundos morre um ser humano por causas derivadas à pobreza. Estima-se que morrem cerca de 50 000 pessoas por dia por razões relacionadas com a pobreza, sendo a maioria mulheres e crianças. Por ano, são cerca de 18 milhões de pessoas. Todos os anos cerca de 11 milhões de crianças, mais que a população de Portugal, morrem antes de completarem 5 anos. Cerca de um sexto da humanidade, 1100 milhões de pessoas, vive no limiar da pobreza com menos de 1 dólar por dia. E ainda mais de 800 milhões de pessoas estão sub nutridas.

A Pobreza Neste Mundo

Há um mínimo de recursos necessários para se poder garantir o que é objectivamente indispensável para uma sobrevivência digna, designadamente a possibilidade de aceder a todos os meios que promovem uma saúde com qualidade.
A associação entre pobreza e saúde é bem conhecida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende a Pobreza como um fenómeno complexo e multi-dimensional que depende não só do rendimento, mas também de variáveis como o acesso limitado a serviços básicos, como a educação e a saúde. Os grupos populacionais mais vulneráveis e pobres têm saúde precária, maiores taxas de doença e de mortalidade prematura ou materno -infantil. Habitualmente, os rendimentos destas pessoas dependem da sua capacidade para o trabalho e este da sua saúde.
A saúde é um direito do ser humano e um dever dos governos. Investir em saúde é imprescindível se queremos um mundo mais justo, mais produtivo, mais qualificado e eficaz. E sobretudo, a saúde é um recurso para se conseguir erradicar definitivamente a Pobreza no Mundo.
É importante salientar o esforço que muitos países e organizações estão a realizar, mas ainda estamos muito longe dos objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), assumidos pelos governos nas Nações Unidas de reduzir para metade a pobreza extrema até 2015.
Importa salientar que, apesar de os progressos no desenvolvimento humano durante o séc. XX, por exemplo, de 1965 a 2005, a esperança média de vida nos países em desenvolvimento aumentou de 46 para 63 anos e as taxas de mortalidade das crianças menores de cinco anos reduziram para menos de metade, ainda existem muitas privações humanas em vários domínios, por exemplo, mais de 800 milhões de pessoas sofrem de subalimentação.
As diferenças dos indicadores de saúde nos países pobres e nos países ricos continuam a ser abismais. Apresentamos, então, alguns indicadores do domínio da saúde referentes aos cinco países de maior desenvolvimento humano e aos cinco de menor desenvolvimento.




A Pobreza afecta a todos

Apesar do crescimento económico verificado nalguns países asiáticos, dois terços da população viveram com menos de 2 dólares por dia na segunda metade da década de 90, com uma média de consumo diário de 1,42 dólares.
Nos países mais pobres de África - que inclui 34 dos 49 países mais pobres do mundo - quase 9 entre cada 10 pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia, em comparação com o consumo per capita de 41 dólares por dia nos Estados Unidos.
O Congo é o país que regista os piores índices, com 90,5% da população a sobreviver com menos de um dólar por dia. Na Ásia, o país em pior situação é Mianmar, a antiga Birmânia, onde esta taxa equivale a 52,3%.
A "globalização", que diminui as barreiras internacionais para o comércio e o investimento "está a agravar a armadilha da pobreza internacional", segundo reconhece o documento.





De acordo com o documento, o número de pessoas que vivem com menos de 1 euro/dólar por dia nos 49 países mais pobres do mundo, principalmente em África,  mais do que duplicou nos últimos 30 anos, chegando a 307 milhoões, o que equivale a 65% da população. As estimativas são  que este número pode chegar a 420 milhões em 2015.